Bullying: termo utilizado para designar uma prática perversa de humilhações
sistemáticas entre crianças e adolescentes, principalmente no ambiente escolar.
Não se
trata tão somente de agressão física ou moral, o bullying ataca
psicologicamente o indivíduo, causando frustração, mágoa, baixa auto-estima.
Sentimentos que são calados, muitas vezes, selados no subconsciente da vítima;
algumas vezes, acabam por tornar-se uma pessoa sombria, convicta daquilo que
lhe era imposto e sobre o qual nada fazia. Porque o bullying inibe, exclui e
pode suicidar seu hospedeiro, ou vir a torná-lo um serial-killer.
Agressores,
vítimas e espectadores; são os personagens principais neste palco. O agressor e
seus cúmplices, sim, cúmplices, pois não agem sozinhos, assim mostram-se
corajosos, poderosos, os “reis” da palavra. A vítima intimidada, não adepta à
violência física ou verbal, caso contrário, viria ou um dia virá a fazer parte
do elenco principal – os agressores.
Estes, por sinal, como em toda boa representação poética, repassam o
texto várias vezes, para fazer tilintar nos ouvidos das vítimas a “graça” das
palavras, dos atos ofensivos. Tilintam também, nos ouvidos dos espectadores
que, por medo – convertido em bons modos –, sentam-se e assistem, não
percebendo o que a “cena poética” os propicia: provocação. Pois, podem eles,
formar resistência e subir ao palco em defesa da vítima para conjugar uma
palavra: respeito.
Suposições
à parte, o bullying gera uma reação em cadeia que deve ser quebrada. O governo
confere processos judiciais e até penas maiores conforme a gravidade da
situação, mas não basta cortar o mal pela raíz depois do efeito causado. Além
de que, psicólogos afirmam que os agressores possuem fortes indícios de terem
sofrido nas mãos de outros. Lembra-se o ditado: “O que não mata; fortalece.”
Necessário é levantar-se quando espectadores,
reeducar, refletir. “Propagandar” ONGs, palestras, tornar livros como
“Bullying” – de Ana Beatriz Barbosa – leituras obrigatórias. As crianças, além
disso, devem abrir os olhos ao mundo e apreciar desde o princípio, com o
auxílio da família e da escola, a beleza que há no respeito.
Kassiane
Helmicki